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Perdas com a pirataria de sementes chegam a 146 milhões de Reais ao ano

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Perdas com a pirataria de sementes chegam a 146 milhões de Reais ao ano

6 de março de 2018
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35% das lavouras de soja de SC são cultivadas com grãos de origem desconhecida

Perdas com a pirataria de sementes chegam a 146 milhões de Reais ao ano, alerta APROSESC

O cultivo de soja está crescendo em Santa Catarina. A área cultivada com o grão cresceu de 640 mil hectares na safra 2016/2017 para 671 mil hectares na atual safra.

Junto com o incremento na produção, cresce também a preocupação com o uso de sementes ilegais, chamadas de sementes piratas. A APROSESC (Associação dos Produtores de Sementes e Mudas do Estado de Santa Catarina) estima que cerca de 35% das lavouras de soja catarinense tenham sido cultivadas com grãos de origem desconhecida na safra 2017/2018. Segundo o presidente da entidade, Marcelo Carlos Fortes Ribeiro, as perdas diretas e indiretas causadas pela ilegalidade somam um prejuízo de aproximadamente 146 milhões de Reais ao ano, sendo 63 milhões a perda direta da cadeia produtiva de sementes.

Muitos agricultores que optam pelo uso de sementes piratas, ou por sementes salvas para uso próprio, pensam estar economizando por estarem deixando de comprar o insumo. “Entretanto, esses produtores deixam de produzir mais de um milhão de sacos por safra, decorrentes da perda de produtividade e do baixo vigor de suas lavouras”, alerta Ribeiro.

De acordo com o presidente da APROSESC, a produtividade média em Santa Catarina saltou de 44 sacos por hectare no ano 200 para 60 sacos por hectare em 2017. “Esse incremento se deve principalmente ao desenvolvimento de novas cultivares com alto potencial produtivo, o que só é possível graças às pesquisas”, afirma Marcelo Carlos Fortes Ribeiro. Ele lembra que o melhoramento genético levou ao campo sementes adaptadas a plantios antecipados, tolerância a herbicidas, desenvolvimento radicular, resistência a doenças, ciclos mais precoces, entre outras características cada vez mais buscadas pelos produtores rurais.

“Por isso, ao optar pela semeadura de grãos sem certificação e procedência, além de limitar a qualidade e o potencial produtivo de sua lavoura, o agricultor não estará contribuindo para o trabalho de pesquisa e desenvolvimento de novas cultivares”, conclui Ribeiro.

Buscando levar estas informações aos produtores rurais, a APROSESC está promovendo a campanha “A Força do Campo Nasce da Semente”. O objetivo é fortalecer a cadeia produtiva da semente no estado, combatendo a pirataria e fomentando o uso de semente legal.

Como denunciar?

A pirataria de sementes é crime e a pena é de detenção e multa. As denúncias podem ser feitas pelo site da ABRASEM (Associação Brasileira de Sementes e Multas), no endereço http://www.abrasem.com.br/denuncias/.