Na defesa da qualidade de sementes e mudas!

Pirataria em Canoinhas, SC Preocupa Setor Sementeiro

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Pirataria em Canoinhas, SC Preocupa Setor Sementeiro

5 de abril de 2018
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A taxa de utilização de semente legal de soja no estado de Santa Catarina é de 70%, de acordo com a APROSESC (Associação dos Produtores de Sementes e Mudas do Estado de Santa Catarina). Entretanto, na região de Canoinhas, este número baixa para cerca de 30%, o que preocupa a instituição.

Por esse motivo, a região é um dos principais focos da campanha “A Força do Campo Nasce da Semente”. Lançada pela APROSESC, a campanha tem como objetivo conscientizar sobre os riscos do uso de semente ilegal, conhecida como pirata, valorizando a qualidade do insumo que passa pelo processo de certificação.

O engenheiro agrônomo Valmir Pavesi, secretário executivo da APROSESC, entende que a prática é corroborada por um viés cultural da região. Muitos agricultores, diante de uma lavoura com bom aspecto visual, guardam sementes e vendem para os vizinhos, partindo do pressuposto de que a próxima geração irá reproduzir os caracteres da então safra. “Entretanto, o agricultor que opta por essa prática perde em sanidade, está sujeito a misturas de campo decorrentes do manejo inadequado, já que estes grãos são armazenados sem qualquer critério e classificação”, alerta Pavesi. “Quem compra semente ilegal está comprando grão, e levando para sua lavoura uma série de problemas, como doenças e danos mecânicos causados pelo manuseio deficitário”, informa o engenheiro agrônomo. “O agricultor que usa semente pirata só tem a perder”, conclui.

A economia da região também é afetada pela prática, já que com a pirataria não há recolhimento de impostos. De acordo com o secretário executivo da APROSESC, os produtores de sementes da região sentem-se desprestigiados, pois seus esforços para produzir insumos de qualidade enfrenta a concorrência desleal da pirataria. Para os agricultores que usam sementes ilegais, a consequência é a perda de receita pela baixa produtividade. O resultado é menos dinheiro circulando no local.

A APROSESC é uma associação que congrega 28 produtores de sementes de Santa Catarina, onde o caráter ético e a conduta dentro dos padrões e normas de produção são respeitados. Por isso, os insumos produzidos pelas empresas e cooperativas associadas têm origem, responsáveis técnicos, registro junto a órgãos públicos e passam por critérios de análises que garantem sua qualidade.

Como denunciar?

A pena para a pirataria de sementes é de detenção e multa. As denúncias podem ser feitas pelo site da ABRASEM (Associação Brasileira de Sementes e Multas), no endereço http://www.abrasem.com.br/denuncias/. A fiscalização é feita pelo MAPA (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento).